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AMIGOS DE JESUS |
A Bíblia não diz quantos amigos tinha o Senhor Jesus, mas deixa claro que Ele os tinha. Os doze discípulos escolhidos por Ele se tornaram seus amigos, visto que até Judas que o traiu, foi chamado de amigo. A família de Lázaro é outro caso de pessoas que claramente se tornaram amigos de Jesus.
Apesar da palavra de Deus não especificar muitos nomes ela nos dá a entender que Jesus tinha muitos amigos.
E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me (Lc 9:23).
Este versículo, também citado em Mateus 16:24 e Marcos 8:34 nos mostra quatro requisitos básicos para quem deseja seguir a Jesus e ser seu amigo.
O primeiro requisito é querer estar com Jesus. Isto não é tão fácil quanto parece nem tão simples como muitas pessoas pensam ser.
Querer estar com Jesus e acompanhar seus passos, não é só simplesmente o fato de professar uma crença e freqüentar uma igreja. Isto é apenas religiosidade.
Esse crer, implica em arrependimento, renúncia, submissão, obediência, disponibilidade, busca por conhecimento, comunhão, santificação, etc...
O “estar com Jesus”, deve estar na forma reflexiva. Jesus está conosco em todos os instantes da nossa vida e conseqüentemente, nós temos que estar com Jesus em cada instante da nossa vida. Isto significa que não podemos querer e estar com Jesus só quando a sua presença nos convém.
Nós devemos nos lembrar que a onipresença é um de seus atributos. Portanto, não é conveniente querermos a presença de Jesus só quando estamos na igreja, ou só quando precisarmos que Ele supra algumas de nossas necessidades.
Nós devemos sim, querer estar com Jesus em todos os instantes de nossa vida em qualquer lugar, onde estivermos e sob quaisquer circunstâncias.
Não há como pedir para Jesus ficar do lado de fora de algum lugar onde queremos ir. Não podemos pedir para que Ele vire o rosto para não ver o que estamos fazendo de errado. Não há como se esconder d’Ele; onisciência e onipresença são apenas dois de seus muitos atributos.
Jesus sempre estará presente em qualquer lugar onde estivermos, e nada estará encoberto ao seu conhecimento. “Os seus olhos estão por toda parte”.
O segundo requisito é negar-se a si mesmo. O “Eu” que sustenta o nosso ego, e que muitas vezes comanda a nossa vida, tem que ser desentronizado, pois é preciso ceder lugar para que Jesus seja entronizado dentro de nós, e não do lado de fora.
Jesus tem que assumir o comando do nosso barco; o leme pode estar em nossas mãos, mas o destino e o plano de navegação quem traça é Jesus.
Em gálatas, capítulo 2 (dois), versículo 20 (vinte) diz: “Logo, já não sou eu quem vive, mas cristo vive em mim”. Podemos por meio deste versículo, constatar a veracidade da necessidade de negar o “Eu” se quisermos ser amigos de Jesus. Não há como Cristo ocupar espaço dentro do coração de uma pessoa egocêntrica.
O terceiro requisito é tomar diariamente a sua cruz. Isto inclui aceitar com benevolência as tribulações que nos são impostas, e renovar diariamente o propósito de tomar a sua cruz.
Em toda a sua palavra, não há nada que garanta um “mar de rosas” para aqueles que se decidirem por Jesus, muito pelo contrário, Ele mesmo disse: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo. Eu venci o mundo” (Jo 16:33)!
O apóstolo Paulo, também afirma: “Por amor de ti, somos entregues a morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro” (Ro 8:36).
Desfrutar dos benefícios que a cruz de Cristo traz e viver à sombra dela, é muito fácil: todos querem. Porém, são poucos os que querem tomar a sua cruz.
O quarto requisito é seguir Jesus. Quem segue alguém, segue suas idéias, faz dos seus ensinamentos a sua doutrina, submete-se a sua liderança, aceita o jugo que lhe é imposto e assume todas as conseqüências de sua decisão.
Seguir Jesus é submeter-se ao seu Senhorio, é obedecer aos seus ensinamentos e aplicar à própria vida o estilo de vida de Jesus.
O apostolo Paulo disse: “Sede meus imitadores, como eu sou de Cristo” (I Co 11:1).
“Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa” (At 16:31). Este é um versículo muito usado, por pessoas que desejam evangelizar outras. Por ser muito usado, muitas vezes é mal aplicado e até mesmo mal interpretado.
Devemos analisar os fatos e as circunstâncias em que o referido versículo foi proferido.
Vejamos o que aconteceu: Paulo e Silas estavam na prisão. Eles oravam e cantavam hinos a Deus, enquanto os outros presos ouviam. De repente houve um terremoto e as portas da prisão se abriram.
O carcereiro, por sua vez, dormia. Quando acordou pensou que todos haviam fugido. Por pensar que todos tinham fugido, por medo das prováveis punições (que por certo deveriam ser bem severas), ele sacou de sua espada e tentou o suicídio. O apostolo Paulo gritou, para que ele não cometesse aquele ato, pois ninguém havia fugido. Então o carcereiro pegou uma luz e entrou nas celas e prostrou-se diante de Paulo e Silas. Depois de tirá-los das selas, perguntou a Paulo e Silas o que faria para ser salvo. De pronto eles responderam: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua casa”.
O primeiro fato que devemos observar, é que o carcereiro não tinha nenhum conhecimento do que era ser convertido a Cristo. Uma vez que dormia, enquanto Paulo e Silas oravam e cantavam louvores, ele praticamente desconhecia o verdadeiro sentido da palavra Cristão. Podemos dizer que o carcereiro era um tipo de homem natural.
O segundo fato é que o maior temor do carcereiro era de que os presos tivessem fugido enquanto ele dormia. Por certo isso resultaria em seu julgamento e condenação. Com certeza a pena por uma falha desse tipo, deveria ser muito severa. Possivelmente a morte, e de uma forma desonrosa.
O terceiro fato foi que, quando o carcereiro se prostrou diante de Paulo e Silas, provavelmente foi em agradecimento pelo fato deles não terem fugido, e ainda, por salvarem sua vida, evitando que ele se matasse. É fácil imaginar que, caso entre os presos não estivessem cristãos como Paulo e Silas, os presos teriam fugido aproveitando-se da oportunidade e das circunstâncias, muito provavelmente tivessem matado o carcereiro ao invés de salvá-lo.
O quarto fato é que quando o carcereiro viu a prisão praticamente toda destruída (pois a palavra de Deus relata que os alicerces da prisão foram abalados, e todas as portas se abriram), ele talvez deva ter questionado a si mesmo a respeito de como foram salvos daquela catástrofe. Depois ele indagou a Paulo, Silas e aos demais de como faria para ser salvo.
O quinto fato é que, após Paulo e Silas responderem: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua casa”, eles pregaram a palavra de Deus ao carcereiro e a toda a sua família, que também se converteu, tanto, que foram batizados. “Então, levando-os para a sua própria casa, lhes pôs a mesa; e, com todos os seus, manifestava grande alegria, por terem crido em Deus” (16:34).
O que podemos certificar nesta passagem: O carcereiro e sua família tiveram uma experiência com Cristo, e uma conversão verdadeira. Além de ouvirem e aceitarem a palavra de Deus, eles se batizaram; prestaram socorro e abrigaram os servos de Deus, e com eles se alegraram em sua casa.
O que provavelmente aconteceu é que após a conversão, o carcereiro e sua família se tornaram participantes e cooperadores na obra de Deus.
A conversão do carcereiro não foi um simples acreditar em algo novo, uma adesão a uma nova religião ou mudança de religião. O que houve foi uma mudança radical de vida, uma mudança total de comportamento. A fé do carcereiro a partir daquele momento passou a ser evidenciada por uma inabalável confiança em Cristo; tanto que o medo pela punição já não tomava mais conta dele, uma vez que levou os prisioneiros para sua própria casa.
Por isso podemos concluir que crer no Senhor Jesus não é simplesmente acreditar nele, pois acreditar em Jesus, até aqueles que nele não professam sua fé, podem acreditar.
Crer no Senhor Jesus é depositar nele toda a nossa confiança, mesmo que a situação seja a mais adversa possível. Devemos esperar nele, que o mais ele fará.
Somente aquele que verdadeiramente crê no Senhor Jesus, é que pode proclamar: Ser amigo de Jesus.
Diácono José Adilson Valderramas.
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