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VENCENDO AS LIMITAÇÕES |
“E, tendo Jesus entrado em Jericó, ia passando”.
“E eis que havia ali um homem, chamado Zaqueu; e era este um chefe dos publicanos, e era rico”.
“E procurava ver quem era Jesus e não podia, por causa da multidão, pois era de pequena estatura”.
“E, correndo adiante, subiu a uma figueira brava para o ver, porque havia de passar por ali”.
“E, quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, viu-o e disse: Zaqueu, desce depressa, porque, hoje, me convém pousar em tua casa”.
“E, apressando-se, desceu e recebeu-o com júbilo” (Lc 19:1-6).
Em qualquer lugar desse País, nos lugares mais remotos da terra, sempre encontraremos pessoas populares. Bem vistas ou não, as pessoas populares geralmente são conhecidas por grande parte das pessoas dos lugares onde vivem. Adoradas por alguns, odiadas por outros. Assim é a vida das pessoas que se tornam populares.
Zaqueu, embora não fosse bem visto entre os judeus por ser um publicano (cobrador de impostos), era uma pessoa bem conhecida pelo povo de Jericó não só por ser um cobrador de impostos, mas também devido a sua baixa estatura.
No pequeno vilarejo do Ribeirão Bonito, local onde passei parte da minha infância não era diferente. Arlindão o dono da venda, e Basilião o administrador da fazenda Lambari, eram muito populares: O primeiro por ser um italiano bem gordo, e o segundo, por ser um português um pouco menos obeso e também manco de uma perna. Ambos eram conhecidos também pelo fato de viverem contando muitos casos de suas terras natais.
Os dois eram muito amigos, mas viviam sempre discutindo. Um sempre se achava melhor que o outro em alguma coisa.
Certo dia, os dois resolveram apostar uma corrida. O número de apostadores em cada um foi bem equilibrado. Um apito de futebol era o sinal da largada para o percurso, que não ultrapassava a marca de uns cem metros.
Basilião, o português manco, levou a melhor por pequena diferença. Ele venceu a corrida sob veementes protestos do italiano, alegando que Basílio havia largado antes do apito.
Depois de alguns minutos de contestação, Arlindão deu-se por conformado quando o povo presente disse que o resultado justo era um empate.
Assim como a limitação de Zaqueu era a sua estatura, Arlindo e Basílio também tinham suas limitações. Um muito gordo e o outro manco de uma perna, porém, essas limitações não impediram que ambos completassem a corrida. O resultado da vitória foi um fato irrelevante.
Muitas pessoas usam as mais diversas limitações para não se aproximarem de Jesus. Zaqueu poderia dizer: Não me aproximei de Jesus e não pude vê-lo porque sou “baixinho”. Eu seria massacrado no meio da multidão que o seguia. Caso isto tivesse acontecido, ele não teria recebido Jesus em sua casa e Zaqueu, não teria ouvido de Jesus: “Hoje, veio a Salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão” (Lc 19:9). Jesus, disse ainda: “Porque o filho do homem veio buscar, e salvar o que se havia perdido’ (Lc 19:10).
Jesus propõe Salvação a todos, sem qualquer distinção. A vontade de Deus é que todos sejam salvos, porém, Ele deu a todos direito de escolha: “A benção e maldição; a morte e a vida” (Dt 30:19 a). Ele ainda aconselha, a todos dizendo: “Escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua semente, amando ao Senhor, teu Deus, dando ouvidos à sua voz e te achegando a Ele; pois Ele é a tua vida e a longura dos teus dias” (Dt 30:19 b).
O que impede uma pessoa de se aproximar de Jesus? Limitações físicas, financeiras, familiares, profissionais, cultural e etc.? Não! Não há limitações que impeçam uma pessoa de se aproximar de Jesus.
O paralítico de Cafarnaum não podia andar, mas seus amigos não mediram esforços para conduzi-lo à presença de Jesus. A maioria das limitações que impedem as pessoas de se aproximarem de Jesus, são criadas por elas próprias. É apenas uma questão de escolha: Benção e maldição; morte e vida. “Escolhe, pois, a benção; escolhe, pois, a vida” - é o que diz a palavra do Senhor.
Diácono José Adilson Valderramas |
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