|
Ice-Breakers (navios quebradores de gelo) |
O irmão Ronaldo Lidório teve o privilegio de colaborar com algumas equipes missionárias na Asia central. Pessoas preciosas partilhando o evangelho de Cristo em um contexto de franca restrição a qualquer ação evangelizadora. Algumas familias habitam áreas do interior, nas montanhas, sem eletricidade e com invernos que chegam a 30 graus abaixo de zero. Há algumas poucas igrejas evangélicas oficialmente reconhecidas pelos governos, porém com igual limitação para qualquer comunicação do evangelho fora dos locais e horários autorizados para suas reuniões. Nao é incomum a presença da polícia secreta nestes ajuntamentos a fim de observar alguma possível iniciativa missionária.
Por outro lado, ao passo que a situação se torna cada vez mais restrita para a presenca missionária externa, os crentes locais têm se levantado em muitos lugares com coragem e determinação para espalhar o evangelho. Um pastor, em um destes países, partilhou como sua pequena igreja, sob constante vigilância, desenvolveu o alvo de evangelizar 1 milhão de pessoas. A cada culto eles recitam juntos a visão da comunidade: “... ser uma ferramenta de evangelização para 1 milhão de pessoas em nosso país”. Oremos por proteção do Alto bem como por coragem e oportunidades para anunciarem o evangelho. Também por amadurecimento na Palavra visto a incipiente Igreja possuir pouca literatura bíblica disponível e poucos líderes com melhor preparo.
Durante um dos seminários, o irmão Lidório procurava alguma analogia que pudesse bem representar as equipes missionárias nesta região. Veio a sua mente a lembrança dos barcos usados para quebrar o gelo marítimo do Alasca, os conhecidos ice-breakers. São barcos pequenos, com motores potentes e a proa construída de aço com espessura dobrada , e afiada, que funciona como um machado que bate e quebra a superfície congelada dos mares do norte a medida que o barco avança.
Após os ice-breakers realizarem seu trabalho, chegam os grandes barcos turísticos que seguem para conhecer a linda e exótica região. Neste momento o clima é de festa e deslumbramento, porém quebrar o gelo não foi tarefa fácil, nem rápida. Olhando os ice-breakers de longe, as vezes tem-se a impressão que estão parados por dias em meio àqueles enormes blocos de gelo. Observando mais de perto, porém, se nota que o gelo tem sido quebrado, metro a metro, e os pequenos barcos se movem a frente, vagarosamente, realizando tão pesado trabalho.
Em várias partes do mundo a Igreja de Cristo enfrenta restrição para existir e as vezes perseguição por partilhar sua fé. Da Amazônia Sul Americana até o continente Asiático, passando pelo Europa e o coração Africano, há vários e vários lugares onde a pregação do evangelho é restrita, seja por barreiras políticas, religiosas ou sociais. Lugares onde partilhar sua fe é um risco, seja de permanência, perseguição ou mesmo de encarceramento e morte.
Tais missionários, bem como o povo das igrejas locais, devem, porém, se lembrar que após quebrarem o gelo virão navios com milhões de pessoas que usarão o caminho penosamente aberto. Neste dia haverá deslumbramento e alegria pela bondade do Senhor que em meio ao contexto mais improvável fez algo novo acontecer. Para vocês que andam e choram enquanto semeiam, continuem a andar, chorar e semear, pois um dia o fruto da semente estará perante o Cordeiro Jesus. Cada metro de gelo quebrado é um caminho aberto para milhões.
A embrionária Igreja Asiática central tem orado intensamente para que o Senhor chame mais e mais semeadores para esta parte do mundo. Que a Igreja brasileira se levante em intercessão, apoio e envio missionário a fim de que nestas planícies e montanhas a semente germine, para a glória do Nome acima de todo Nome.
Cláudia C.V.Gonçalves
Departamento de Missões
(Testemunho do Missionário Ronaldo Lidório)
|
|
|